quinta-feira, 20 de junho de 2013

A Cura Gay

Meu sonho é morar em um país onde a taxa de violência é baixa ou quase nula, o sistema de saúde é capaz de atender toda a população, doenças como dengue e febre amarela foram extintas, a educação é excelente e qualquer aluno do ensino médio sabe a diferença entre “mais” e “mas” e quanto é vinte por cento de cem. Que sonho lindo!
 Mas parece que alguns deputados brasileiros tomam alucinógenos e acreditam que vivem nesse país dos meus sonhos. Para eles, o Brasil é realmente um país abençoado por Deus, onde tudo é divino, tudo é maravilhoso e as manifestações que estão acontecendo por toda a parte é realmente por causa de vinte centavos.
Para esses deputados, o país está tão bem que o único problema, além dos vinte centavos, é como e com quem a população brasileira está transando. Não, eles não estão preocupados com a prostituição infantil, com a pedofilia, com a exploração sexual ou com o tráfico de mulheres. Para eles, esses problemas só existem em novelas da Glória Perez. A preocupação deles é o que adultos cientes de seus atos estão fazendo na cama com consentimento das partes envolvidas no ato.
Na última terça-feira (dia 18) foi aprovado na Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara, presidida pelo deputado federal e pastor metrossexual Marcos Feliciano (PSC-SP), o projeto de lei conhecido como “Cura Gay”, de autoria do também deputado federal e também pastor João Campos (PSDB-GO). Esse projeto derruba as normas do Conselho Federal de Psicologia que proíbem que o homossexualismo seja tratado como doença. Ou seja, de acordo com o projeto “Cura Gay” o homossexual pode ser considerado um doente. . Assim que vi essa notícia, fui até a cozinha olhar a folhinha pregada na parede para conferir se estamos mesmo em 2013 ou se as datas do meu PC e do celular estavam adiantadas 200 anos, pois cheguei a pensar que estávamos em 1813, apesar da tecnologia atual.
Parece brincadeira, mas não é. Em um país onde o sistema de saúde, tanto público quanto particular, não é capaz de tratar de forma digna, pacientes que estão realmente doentes, os imbecis estão preocupados em considerar o homossexualismo como doença.
Eu fico imaginando, o cara saindo de casa ás quatro horas da manhã e indo para a fila da UPA mais próxima de sua casa(que muitas vezes não é tão próxima assim). Oito horas depois de ficar em pé nessa fila, ele é atendido pela enfermeira da triagem, que o pergunta qual é o problema e ele responde: “estou com muita vontade de dar o rabo”. Ela, então, coloca uma pulseira amarela no braço do rapaz e o manda esperar que ele será atendido pelo clínico geral, que certamente o encaminhará para o psicólogo ou urologista (que pode até resolver o “problema” com o dedo).
E o que vai ter de hétero fingindo ser homo só para pegar atestado médico para justificar sua falta na segunda feira, não vai ser brincadeira.  A pessoa passa o sábado e domingo enchendo a cara e acorda ressaqueado na segunda, sem ânimo algum para trabalhar. Vai ao médico e diz que transou com uma pessoa do mesmo sexo no fim de semana e que ainda está com vontade de pegar outros (as).
            Após um fim de semana com muita festa e bagunça na casa toda, a madame recebe, na segunda, ás seis da manhã, um telefonema da empregada dizendo que não irá trabalhar, pois está  apaixonada por uma amiga e vai procurar um médico.
            E aquele marido que está saindo com a colega de serviço e chega a casa na madrugada com cheiro de perfume feminino e manchas de batom na camisa e encontra sua esposa na sala o esperando com um porrete na mão. Depois do projeto aprovado, ele pode dizer a ela que estava com um travesti e como isso é doença ela deve leva-lo ao médico e não descer lhe a pancada.
            Os cineastas brasileiros podem também aproveitar desse projeto e fazer um remake do filme americano Stallone-Cobra, estrelado por Sylvester Stallone em 1986. Na versão brasileira, Jackson Antunes é um bom nome para interpretar o policial  Marion Cobretti, mais conhecido como Cobra. Na versão brasileira, Cobra será policial e médico. Além da famosa frase da versão americana (se o crime é uma doença, eu sou a cura), ele dirá também: se o homossexualismo é uma doença, eu sou a cura.
            E por falar em cura, a indústria farmacêutica vai aproveitar da imbecilidade desses deputados e passará a fabricar remédios contra o homossexualismo. Afinal, quando as terapias com psicólogos e analistas e os exorcismos não derem resultados, o jeito vai ser partir para a química. Para os homens vão criar o “Navagina( o nome é para que eles se lembrem onde devem enfiar o pinto)” e para as mulheres o remédio ideal será “Nãovagina”( na verdade será o mesmo genérico do remédio masculino, o nome só muda para lembrá-las onde não relar a tcheca).
            Eu fico pensando o que se passa na cabeça desses deputados, não só os da Comissão de Direitos Humanos, mas de todos os demais. A inflação está voltando, os sistemas, educacional e de saúde são horríveis, a criminalidade está cada vez pior e eles estão preocupados em curar o que não é doença e nem prejudica a ninguém.
Se a religião deles é contra o homossexualismo, tudo bem, mas que seja contra só para os seguidores dela. Não venham levar tais preceitos para a política. O que o povo espera de um político é que este trate de problemas sociais e não religiosos. Quem sente que está com problema espiritual deve procurar uma igreja, centro, templo. Na urna queremos resolver nossos problemas sociais e se os políticos não estão lembrando quais são, as manifestações estão aí para lembrá-los e que continuem até que eles recuperem totalmente a memória.
Abraços e até á próxima.
                                      Marcelo Maia



            

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Dia das Mães


Para esta semana, eu estava elaborando uma crônica sobre um bando de imbecis que se intitulam roqueiros e criam páginas no Facebook usando o nome do Rock em vão. Nas postagens desses, erroneamente autodenominados, roqueiros se encontra mais hipocrisia e moralismo que nas pregações de alguns líderes religiosos.  Já estava com o texto quase pronto, quando me lembrei que no próximo domingo, dia 12, se comemora o Dia das Mães.
Resolvi, então, deixar os roqueiros moralistas para a próxima semana e, hoje, escrever sobre aquela que nos carregou, geralmente, por nove meses na barriga, sofreu as dores do parto para que tivéssemos nosso primeiro contato com as luzes deste mundo, limpou nossas bundas, nos deu banho, acordou nas madrugadas para nos alimentar, passou vergonha nas reuniões de pais e mestres, quando as piores notas e o pior comportamento da escola foram os nossos, e, até hoje, diz que somos lindos. 
Concordo que dia das mães é todo dia, afinal elas (me refiro ás mães de verdade) estão sempre ao nosso lado, mesmo á distância, porém acho justo que haja um dia especial para elas e eu tenho certeza que ninguém homenageia sua mãe todo dia.
E todo ano, as mães esperam um Dia das Mães diferente dos anteriores, porém, a maioria delas, sempre enfrenta a monotonia de todos os anos.  Monotonia, que descrevo a seguir através de um pequeno conto, fictício e real, ao mesmo tempo.
No segundo domingo de Maio, ao invés de acordar às 11 horas com um lauto café da manhã na cama, preparado pelos filhos, seu sono é interrompido ás seis e meia pelo maldito despertador e pelas cutucadas do marido que a avisa que já está na hora dela se levantar. E sabe para que? Para arrumar a casa e preparar o almoço especial do Dia das Mães, pois seus filhos casados irão visita-la e os solteiros acordam depois do meio dia.
Ela se levanta, e o marido continua a roncar. Após usar o banheiro e lavar o rosto, já pega a vassoura e começa a varrer a casa. Limpa tudo, exceto os quartos onde os folgados estão a aproveitar seus milésimos sonos e mais tarde acordar procurando o café da manhã.
Após a limpeza, começa a preparar o almoço. Faz tudo com amor e dedicação e, ao mesmo tempo, pensa que esse ano ganhará presentes que compensem o esforço. Afinal, ela merece abraços e carinhos, mas quem dispensa um bom presente?
Quando o almoço está quase pronto, o marido e os filhos solteiros acordam e procuram pelo café. A homenageada do dia, então, coa o café e arruma a mesa. Após encherem as panças de pão, bolo e café, se retiram da mesa e nem sequer são capazes de limpá-la ou lavar os copos. A filha diz que se não estivesse de ressaca, ajudaria a mãe. A mãe reclama um pouco, mas ao perceber que é em vão, prefere se calar.
Algum tempo depois, chega o filho mais velho com sua esposa e as duas crianças. Ela os recebe com abraços e sorrisos. O filho lhe entrega o presente ainda embrulhado, ela agradece e diz que só abrirá após o almoço. “O que será?”- pergunta a si mesma já desconfiada, mas, ao mesmo tempo, torcendo que seja algo diferente.
Em seguida chega a filha com seu marido já meio chapado e os três filhos. Mais abraços e mais UM presente. Ela agradece e com um sorriso, diz lhes para ficarem á vontade e aguardarem, pois o almoço já está quase pronto. E eles se sentem tão á vontade, que ligam televisão, o micro sistem e bagunçam a casa inteira. Crianças correndo dentro e fora da casa, o volume da tevê tentando disputar com o do micro sistem, que por sua vez disputa com os gritos da meninada.
Chega o grande momento do dia; a homenagem que se consiste no almoço preparado pela própria homenageada e a “abertura” dos presentes. Mas antes tem o discurso do marido, já lotado de cerveja, citando trechos de músicas do Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo e de algumas duplas sertanejas. E o presente? Todo ano ele diz a mesma coisa, que está meio apertado, mas no ano que vem vai dar a sua amada o que ela merece.
Depois de aguentar o bafo e a declaração de amor do marido, ela ainda tem que ouvir o genro se justificando que não comprou presente para a sogra porque é contra o consumismo e o capitalismo (mas na hora que está enchendo a pança de Brahma, Coca Cola e Chester Perdigão comprado pelos sogros, cadê a fidelidade ideológica?) e a nora se queixando que não pode trabalhar, pois tem que cuidar das crianças.
É hora de abrir os presentes; o primeiro a ser aberto foi dado pelo caçula, de doze anos que comprou com o dinheiro dado pela própria mãe. Ela abre ansiosa e adivinhe o que é? Um prato que, no máximo, custou três reais. Ela constata, então, que o moleque embolsou doze reais, pois ela havia lhe dado quinze. Ela ignora, pois não quer estragar a comemoração.
            Em seguida, ela abre o embrulho dado pela filha baladeira, que para curar a ressaca da noite anterior está bebendo desde o momento em que acordou. A mãe fica esperançosa, pois pelo tamanho e pelo lindo papel de presente deve ser alguma coisa boa. Mas, ao abrir se depara com uma caixa contendo uma... PANELA DE PRESSÂO!
            Ela dá um sorriso forçado, agradece á filha pelo “maravilhoso” presente e já sem esperança abre os outros dois dados pelos filhos casados. A filha lhe dá uma batedeira e o filho, aproveitando a promoção da Ricardo Eletro, presenteia a mãe com uma sanduicheira.
            Isso é uma sacanagem com as mães. Todo ano, a maioria delas é presenteada com utensílios para o lar e não com algo para uso pessoal. Quando eu critico essa atitude, muitos dizem que eu estou sendo radical e que as mães gostam desses presentes e ficam felizes quando os ganham.
            Não, elas não gostam e só não reclamam por consideração, para não magoar os filhos imbecis que as veem apenas como uma serviçal do lar e não como uma mulher, uma mãe, um ser humano que tem vida além do lar.  É claro, que ser serviçal do lar é exercer uma função nobre, necessária e digna. Porém, o Dias das Mães é o dia das mães e não das serviçais.
            Muitos filhos dão presentes para a mãe, que serão usados por eles mesmos.  O menino deu um prato e a filha, uma panela de pressão. Eu pergunto: “a mãe irá guardar esses “belos presentes” no seu guarda roupas?” “Irá usá-los, quando for á uma festa, á um baile ou á casa de uma amiga?”
            E a sanduicheira e a batedeira? Ela usará quando for ao médico ou para procurar um emprego? Arrumará o cabelo ou se depilará usando um dos dois?
            Temos que saber diferenciar presente para o lar do presente para a pessoa. Quer dar um presente para o lar, tudo bem, mas tem outros dias para isso. No próximo domingo, dê um presente para a sua mãe e não para a casa dela que, talvez, seja a sua casa também. Ou a leve para ver uma peça de teatro, um filme no cinema (tem que dizer onde, senão é perigoso alguém comprar quatro Dvd’s piratas por dez reais e dar á mãe), em um parque, num concerto musical ou num forró. O importante é que ela se sinta bem de verdade, pelo menos no dia dela. Não venha com esse papo de que a grana está curta, pois, muitas vezes, um presente para ela sai muito mais barato que um presente para o lar.
Um bom Dia das Mães e até a próxima semana.
                                                             Marcelo Maia


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Facebook é o novo Orkut?



De acordo com o site Tecmundo, o primeiro serviço semelhante ao que hoje conhecemos por Rede Social é o CompuServe, lançado em 1969 nos (é claro) Estados Unidos.  Dezesseis anos depois, em 1985, a América On Line (AOL) disponibiliza para seus usuários, ferramentas que possibilitam a criação de perfis virtuais. Quase vinte anos depois, em 2004, são criadas as duas redes sociais mais populares até os dias de hoje: Orkut e Facebook.
Até 2010, o Orkut era a rede social com mais usuários no Brasil. E realmente, lá era possível encontrar usuários de todos os tipos. Usuário de crack, usuário de maconha, usuário de armas, usuário de baile funk, etc. Isso fez, com que usuários não usuários começassem a procurar uma nova rede social, pois alguns chegaram a ter medo de serem sequestrados pela tela do PC. Realmente, a coisa no Orkut ficou feia.
Muitos migraram para o Twitter, mas a maioria não gostou do limite de apenas 140 caracteres do microblogging e correu para o Facebook.  Na rede criada pelo pentelho milionário Mark Zuckerberg,os fugitivos do Orkut encontraram a paz em um ambiente decente, e não veriam mais fotos com pessoas fazendo churrascos e pagodes em cima da laje, meninos nadando em caixa d’água e férias em Guarapari ou qualquer outra praia capixaba. Agora, no Facebook, contemplavam lindas fotos de cachoeiras, praias do litoral nordestino e férias em belas pousadas. E o perfil dos usuários nada tinha a ver com os perfis orkuteiros. As preferências musicais do Facebook eram um misto de MPB, Jazz, Clássico, Blues, Rock n Roll.  Nada de Tigrão, Zezé Di Camargo e Luciano, Só Pra Contrariar e Eguinha Pocotó. Os fugitivos do Orkut estavam no Paraíso, mas não por muito tempo.
Conta a lenda que um facebooker começou a se relacionar com uma funkeira orkuteira (até 2010, essas duas palavras unidas era considerado pleonasmo). Ela estranhou o fato de seu novo namorado não possuir uma conta no Orkut. Durante dois meses, questionou a ausência do namorado na Rede Social (ela pensava que o Orkut fosse a única), mas ele sempre se esquivava do assunto. Porém ele, a cada dia, se sentia mais enfeitiçado pelos atributos da garota que treinava seus rebolados nos bailes funks e os colocavam em prática na cama do facebooker apaixonado. Foi com um desses rebolados em cima do hipnotizado rapaz, que ela conseguiu que ele confessasse que participava de uma rede social chamada Facebook.  Ela jurou para o seu namorado guardar segredo, mas assim que chegou em casa, postou a notícia no Orkut. Em pouco tempo, o Facebook estava lotado de orkuteiros. A merda estava feita.
Se tal relato é verdadeiro ou é mais uma lenda urbana, não sei dizer. O fato é que o Facebook, a partir de 2010 foi piorando a cada dia e algumas pessoas chegam a afirmar que ele ficou pior que o Orkut. Mas, é possível que haja uma rede social pior que Orkut?
             Infelizmente, sim e eu vou explicar o motivo. Muitos orkuteiros que migraram para o Facebook começaram a mentir em seus perfis para que fossem adicionados como amigos. Para isso, na escola fingiam ser amigos dos que tinham boas notas e os interrogavam sobre seus gostos musicais e o que liam. De repente, no Face aparecem fãs de Pingfroide, Diporco, Lerde Zé Pri, Berdovim, Maiza Mortes, Fravio Ventuinha, Caitando Nervoso, Djavania, entre outros.Surgem, também, leitores de Ninte, Carlos Drumão Diandrade, Janpô Sartri, Claris Lisbelula e muitos outros. E não estou exagerando; muitos escrevem, realmente, dessa maneira. Alguns nomes são quase impossíveis de decifrar.  Pelo menos, no Orkut eles se comunicavam com pessoas que entendiam seus dialetos.
               O Facebook também virou uma rede social, onde os usuários compartilham informações que interessam a todos e contribuem para um mundo melhor. É muito útil saber que uma pessoa está tomando café, acabou de comer feijoada, está no clube, chegou da igreja, terminou com o namorado ou em quem ela votou para ser eliminado no Big Brother e na Fazenda. Isso acrescenta tanto na vida do ser humano.
                 Até orações pessoais são postadas no Facebook, e acredito que nenhum religioso sério é o responsável por isso.  Quem faz isso são aqueles evanjegues e catolicuzões que se dizem evangélicos e católicos, mas só vão á igreja quando tem festa e comida de graça. Nos outros dias preferem ficar no Facebook postando suas orações, mas só depois de curtirem todas as fotos de seus amigos em clubes e bailes funk. Aqueles que são, realmente, católicos ou evangélicos com certeza não aprovam isso. Quem leva a sério a sua religião e\ou fé ora na igreja e em sua casa e usa uma rede social para divulgar eventos de sua igreja e ensinamentos de sua crença, de forma respeitosa.                
Do outro lado, estão os malateus.  Malateus são aqueles ateus malas que já devem ter sido evanjegues ou catolicuzões. Dizem que não acreditam em nenhum deus, mas usam o Facebook para divulgarem que Deus é o culpado pela fome na África, tsunamis, terremotos, queda de barrancos, assassinatos e até por terem broxado.  No fundo, o malateu não é ateu, é apenas um mala que se revoltou por que não conseguiu um cargo de confiança na igreja que frequentava.  Quem é ateu mesmo sabe que a fome na África é causada por conflitos étnicos e pelo descaso dos países desenvolvidos nessa questão. Tsunamis e terremotos acontecem por causas naturais. Ateus não acreditam em castigos divinos, ou maldições de feiticeiros, mas os malateus acreditam.                 
Mas nem tudo é ruim no Facebook. Ainda é possível encontrar vida inteligente na rede social, basta escolher quem será adicionado como amigo. Tem também dicas de bons livros, algumas  boas páginas de humor, divulgação de bons eventos,  notícias, serviços de utilidade pública( trânsito, pessoas desaparecidas,  datas de vacinação e concursos públicos, etc). Curta a página certa e ficará livre de publicações que não lhe agradam. Só há um problema: como explicar para aquele amigo ou parente mala, que você o bloqueou por que estava peneirando seu Facebook?

                  Até a próxima postagem.
                                                        Marcelo Maia

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Eufemismo


De acordo com a Wikipedia, “eufemismo é uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. “ São aquelas palavras que aquele seu amigo, que você considera um pé no saco, usa para mostrar que lê o dicionário. Ou seja, eufemismo é um eufemismo para “viadagem”.
O eufemismo é usado, principalmente, em assuntos relacionados á morte. Você vai ao velório do Zé e pergunta a alguém como foi que ele morreu. E esse alguém responde que Zé FALECEU (geralmente o eufemismo é bem destacado, quando é dito) em um acidente de carro. Tem uns imbecis que, ainda, dão aquele sorrisinho irônico ao ouvir você pronunciar o “nefasto”( eufemismo para desgraçado) verbo morrer. Esse sorrisinho significa que ele considera que você é um analfabeto. Tem outros que preferem dizer que Zé PARTIU. E que diferença faz? Quer dizer, então, que Zé não morreu; ele FALECEU, PARTIR. Então Zé não está morto, está falecido ou pior ainda, partido. Se ele estivesse morto, estaria no bar do Antônio, tomando cachaça. Ou então comendo a mãe do imbecil que tenta corrigir quem diz “morrer” e não “falecer”. As duas palavras servem para expressar que um ser vivo deixou de ser um ser vivo. Mas, se Zé partiu ou não ou para onde foi, vai depender da crença de cada um.
O eufemismo, muitas vezes é usado por trabalhadores que sentem vergonha de sua profissão ou por quem pensa que tal profissão não é digna. Toda profissão é digna e o trabalhador deve se orgulhar de sua função. Todas são essenciais para o desenvolvimento e a organização social. E uma  curiosidade da minha parte; se você tem vergonha de sua profissão, mudar o nome dela vai mudar sua função e seu salário? Então não adianta.  Se você é lixeiro ou coletor de lixo, que diferença faz? Faxineiro ou auxiliar de serviços gerais, servente de pedreiro ou auxiliar na construção civil, balconista ou atendente de lanchonete. Todas têm sua importância  e não é o uso ou não de um eufemismo que vai mudar o seu papel na sociedade. Não estar satisfeito com sua profissão e salário, é um direito seu. Então, batalhe para mudar de função; faça cursos, um supletivo, tente  vaga em um concurso. Eufemismo não altera salário de ninguém.
Outro fator que nos obriga a usar eufemismos é o politicamente correto excessivo. Concordo que temos que tomar cuidado ao nos referirmos a quem quer que seja. Sou a favor do politicamente correto, porém já estão exagerando. Se alguém está acima do peso, não posso dizer que é gordo, pois é preconceito. Preconceito seria se eu o chamasse de rolha-de-poço, bola-de sebo, pança louca. Agora, gordo também se tornou pejorativo. O certo é obeso. Obeso e gordo é a mesma coisa. Bola de sebo já não é a mesma coisa que obeso. Imagine uma bola de sebo; que coisa nojenta. Nada a ver com quem está acima do peso. Agora imagine um gordo. Não vejo nada nojento nisso.
A quantidade de eufemismos que o politicamente correto exige é imensa. Eu vou citar apenas alguns:  negro é afro descendente,  gay é homossexual, e deficiente é o eufemismo para surdo, mudo, paraplégico, tetraplégico,aleijado, cego, esquizofrênico ou até cara que perdeu a unha do pé. Espera aí; eu disse, no início, que eufemismo se consiste em usar um termo que suaviza uma expressão. Desde quando o termo deficiente suaviza alguma expressão? Deficiente é o contrário de eficiente, é a pessoa incapaz de produzir algo ou realizar tarefas corretamente. Desde quando um surdo, um cego, um tetraplégico, um esquizofrênico ou um paraplégico são deficientes? Eu prefiro que digam que sou aleijado a ser chamado de deficiente.
Tem eufemismo até para quem deveria ser chamado de coisa pior. Criminoso com menos de 18 anos é menor infrator. Se o safado estupra, mata, rouba e tem 17 anos,11 meses e 29 dias ele não é estuprador, assassino e nem ladrão. É menor infrator. E até para o maior que rouba existe eufemismo. Tem ladrão que diz que é desviador de bens alheios. E o rico que rouba é cleptomaníaco e se for político é corrupto.
Os mundos religioso e anti religioso, também possuem seus eufemismos. Os protestantes, que eram chamados de crentes, quando descobriram que os católicos  e até o diabo também creem em Deus ( só eles que não sabiam disso) repudiaram o termo e agora são evangélicos. Esse termo sugere que quem o usa é um seguidor dos evangelhos, onde se encontra os ensinamentos de Cristo. Mas, os católicos também se dizem seguidores de Cristo e dos evangelhos. E não é nos evangelhos que ensina a dar a outra face, quando se toma um tabefe em um dos lados? Não é isso que eu vejo Vítor Belfort fazendo no UFC. Daqui a pouco, os evangélicos vão ter que arrumar outro termo. Eu poderia até sugerir alguns, mas prefiro evitar problemas.
No mundo anti religioso, os não crentes já cansados de ouvirem que ateu não existe, o que, para eles, significa ser a imagem e semelhança de Deus, adotaram o termo ateísta. Como, por enquanto, só eles e os usuários crentes do Yahoo Respostas sabem o que isso significa, voltaram a existir. Para ateu meia colher, há o termo agnóstico. O agnóstico é um cara que corta dos dois lados (não desse jeito que você está pensando) e seus ídolos são Silas Malafaia e Richard Dawkins. O agnóstico vai á igreja agradecer a Deus por ser um ateu fiel. Mas isso é assunto para outra postagem.
O assunto campeão de eufemismo é, sem dúvida, o sexo. Puta que o pariu( qual o eufemismo para isso?), como as pessoas amam e odeiam tanto assim a mesma coisa, o sexo. Ao mesmo tempo que se deliciam com o ato de se reproduzir( eufemismo para meterola), sentem tanto nojo que começam a mudar o nome de tudo que está relacionado a algo tão comum. 
Quando a palavra pênis começou a criar nojo, passaram a chamá-lo de pinto. Afinal, o nome lembrava um bichinho bonitinho, amarelinho.  Porém, com o tempo o termo se tornou mais usado para se referir áquela coisa de cabeça vermelha pendurada entre as pernas do homem e que na maioria das vezes cheira mal. Se a palavra pinto é pronunciada, a primeira imagem que vem á cabeça não é a avezinha amarelinha e gutch gutch. Quando alguém quer usar a palavra pinto para se referir ao filhote da galinha, tem que usar um complemento ou uma frase que demonstra do que está falando. E mesmo assim, sempre terá alguém que dará aquela risadinha ou fará uma piada. Resultado: para devolver a exclusividade do nome ao bichinho amarelinho, não se pode mais dizer pinto para se referir ao pênis, que também já é um termo ultrapassado. O certo agora é "orgão genital masculino". Mas, se pênis, pinto, cacete, caralho e órgão genital masculino são termos que se referem á mesma coisa e por isso trazem a mesma imagem á mente( vai variar o tamanho e a cor dependendo de quem e em quem se está pensando), que diferença fará? Ou sua mãe ou sua tia pensa que órgão genital é um instrumento musical. Se bem que dependendo como usa, pode até ser.
Com a vagina é a mesma coisa. Ou melhor, para ela há muito mais nomes que para o pênis. Boceta, buceta, perereca, periquita, perseguida, prexeca, xoxota, xana, e muitos outros. Mas dizem que o certo é dizer órgão genital feminino. 
Eu fico imaginando o eufemista xingando. Ele bate o dedão num móvel e grita:OH, ÓRGÃO GENITAL FEMININO! OH, ÓRGÃO GENITAL MASCULINO! Ou então, tropeça no brinquedo que o filho deixou no chão e grita: QUEM DEIXOU ESSE SÊMEN DE CARRINHO NO CHÃO? VÁ PARA A RESIDÊNCIA DO ÓRGÃO GENITAL MASCULINO! 
Eufemismo é um "órgão genital no orifício no final do intestino grosso" ( eufemismo para pau no cu). Mas preste atenção, pois nem sempre quando usamos palavras formais e termos suaves, estamos praticando o eufemismo. Exige se a linguagem formal em textos escritos como uma redação, uma monografia, uma ocorrência policial( um soldado da PMMG fez uma em forma de poesia e se ferrou), um romance, um ensaio filosófico, preenchimento de curriculum, etc. Também é necessário uma linguagem mais erudita em palestras, discursos, entrevistas, debate. Porém no dia a dia, entre amigos, namorados, parentes, o melhor é usar a linguagem popular mesmo. Eu disse popular, não a linguagem analfabeta tipo “a gente somos, nois vai, eu se ferrei”. Essa é pior que eufemismo.

Até a próxima postagem.
                                    Marcelo Maia

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

É popular ou não?

Há tempos venho observando a rejeição das pessoas pelo o que é popular. Epa!!! Como se pode ser popular e rejeitado pelo povo ao mesmo tempo? Eis aí a questão, para a qual busco resposta.
 Minha jornada começa com a ajuda dos meus amigos Michaelis e Aurélio, que  por sinal são bastante populares no Brasil. Há algumas divergências entre os dois, mas ambos acabam chegando á conclusão que popular é algo comum que é conhecido pelo povo e agrada a este.
Mas essa resposta cria mais dúvidas na minha cabeça, pois me lembro do jiló. Pelo menos aqui no Brasil, todos o conhecem, mas poucos gostam. Sendo assim,não posso considerar o jiló como popular?E a denominada Música Popular Brasileira (MPB)? É ou não é popular?
 Para me ajudar nessa questão sobre a MPB, vou á procura de outro amigo. O Oráculo ( mais conhecido como Google ) me passa uma lista com vários nomes de artistas da chamada MPB. Para não ocupar muito espaço, citarei apenas alguns: Hermeto Pascoal, Paulinho Pedra Azul, Elomar, Xangai, Maria Bethânia, Diana Pequeno, Nana Caymmi.
 De acordo com o Oráculo e outras fontes (rádios, jornais, lojas especializadas, etc), os acima citados são cantores e cantoras de música popular brasileira, o que significa que eles cantam músicas que a maioria dos brasileiros conhecem e gostam.
 Sendo assim, na próxima vez que você for fazer um churrasco em sua casa e convidar seus colegas lá da obra e seus vizinhos, faça o seguinte; coloque aquelas caixas de som imensas no quintal e deixe a alegria da confraternização rolar ao som de Hermeto Pascoal, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Elomar, etc. Sabe o que vai acontecer?  Pouco tempo após o som começar,  um dos convidados vai perguntar se você não tem um cd de pagode, funk ou sertanejo e caso a resposta seja negativa, para ele não é sacrifício ir em casa e buscar seus maravilhosos cd's. Isso, se já não tiver alguém ali com um pen drive de 4Gb com quase mil músicas(pagode, axé, sertanejo, funk carioca,Quero tchu,entre outras "maravilhas") baixadas do 4shared. Pode acontecer também um milagre e todos irem embora deixando, só para você e sua família, toda a cerveja e a carne, que eles também ajudaram a comprar. Caso isso aconteça, use essa estratégia nas próximas vezes em que você for fazer um churrasco.
 Mas de acordo com Michaelis e Aurélio, popular não é algo que a maioria do povo conhece e gosta? Então, quem foi o imbecil que rotulou Elomar, Xangai, Maria Bethânia( essa é como o jiló, todos conhecem, mas poucos gostam) como cantores de música popular brasileira? Seguindo a definição lexicográfica da palavra popular, MPB deveria ser a sigla usada para se referir ás músicas cantadas por Latino, Mc Créu, Michel Teló, Paula Fernandes, Roberta Miranda, Gustavo Lima, entre outros. Esses, realmente, são populares, o que comprova a máxima de Nelson Rodrigues que disse que "toda maioria é burra". Inclusive o próprio Nelson que foi e é uma maioria no meio jornalístico e no teatro.
 Prosseguindo em minha busca pela resposta para a questão levantada no início desta postagem, deixo o mundo musical e entro no mundo dos programas televisivos. Aqui, pelo que vejo, a coisa é bem mais confusa. Para saber se um programa de tevê é ou não popular é preciso medir sua audiência e isso é feito por institutos de pesquisas, sendo o mais conhecido, o IBOPE.
 Recorro novamente á ajuda do Oráculo e descubro que os programas mais populares são os mais difamados pela população e o mais impressionante é o fato da maioria dizer que não assiste tais programas.    Agora, é que meu cérebro ficou totalmente bagunçado. Se a maioria não gosta e nem assiste Faustão, Big Brother, A Fazenda, Novelas (pois dizem que é indecente), como essas merdas chegam aos primeiros lugares em audiência? Estaria, o IBOPE e outros institutos especializados manipulando as pesquisas ou o povo tem vergonha de assumir que adoram porcarias? Para descobrir, preciso aprofundar mais nas investigações e parto para o empirismo.
 Me disfarço (calça jeans, camisa polo e tênis de marca do Paraguai) e fingindo se tratar de uma simples visita vou adentrando nas residências de amigos, parentes e vizinhos, exatamente na hora dos programas de maior audiência e descubro que o povo realmente assiste aquilo que dizem não assistir. Nesse caso a palavra popular está realmente de acordo com a definição dada por Aurélio e Michaelis. Os programas populares são conhecidos e queridos pela maioria. Mas se gostam, por que têm vergonha de assumir isso?
 Pergunto á uma amiga( que pediu para não ser identificada ) por que ela assiste á algo que não gosta. De acordo com ela, é a única coisa que tem para ver. Peço que me empreste o controle remoto e começo a mostrar a ela outros canais, apresentando lhe outros programas. Porém, minha amiga sem sequer olhar para a tevê, me pede que eu a devolva o controle, pois precisa saber quem será eliminado na Dança dos Famosos. Complicado, não?
 Tem também aqueles que dizem que antigamente os programas de tevê eram mais decentes. Só se for antes dos anos 1970, pois desde que me entendo por gente, a putaria e baixaria rolam solta na telinha.
 E pra ser sincero, não vejo nada de mal em novelas que contenham cenas sensuais ou programas com pessoas semi ou completamente nuas. E pelo jeito, a maioria pensa como eu, já que a sensualidade e a putaria é o conteúdo dos programas de maior audiência. Acho muito mais agradável que assistir a filmes como Jogos Mortais, Rambo, Os Mercenários e outros "esporram sangue" de Hollywood.
 Continuando no mundo da tevê, me deparo com outra questão. Para que algumas pessoas contratam serviço de tevê paga se continuam a assistir Rede Globo, Record e SBT? Muitos podem até dizer que é pela qualidade da imagem e eu até concordo quando se assina o pacote mais básico e consequentemente o mais barato. Mas o que eu não entendo, são aquelas pessoas que contratam pacotes mais completos, pagam um absurdo pelo serviço e sabe o que assistem?
 Novelas da Globo, Faustão, Sessão da Tarde, Rodrigo Faro, Chapolin e todos os outros que podemos ver sem precisar contratar operadoras.
 Chego ao fim desta jornada concluindo que popular é realmente aquilo que agrada a maioria, MPB não tem nada de popular e essa sigla deveria se usada para as músicas de cantores como Leonardo, Amado Batista, Paula Fernandes, etc. Nesse caso a sigla seria as iniciais tanto de "Música Popular Brasileira" quanto de "Muita Porcaria e Bosta".  
 Chego a tais conclusões nessa jornada, porém a questão inicial obtém uma resposta que me leva á outra questão. As pessoas não rejeitam o popular, mas não admitem o gosto por ele.  Por que?
 Para responder a essa pergunta, será necessário uma nova jornada que ficará para um futuro não tão próximo.
       
Abraço e até a próxima postagem.

                            Marcelo Maia

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A origem do nome

Para mim, uma das coisas mais difíceis nessa vida é nomear o que quer que seja. Na escola, quando a professora pedia que a classe fizesse uma redação, eu era sempre o último a entregar o exercício. Não que eu demorasse a criar e concluir o texto. A causa da demora era sempre o maldito título.
Certa vez, a professora pediu que fizéssemos uma redação que tivesse como enredo a vida de um pato. Pensei por alguns minutos e rapidamente criei a estória de um pato que era muito infeliz, pois seus pais foram mortos para serem servidos, assados, em um banquete e ele sabia que teria o mesmo destino.
Mas demorei tanto a achar um nome para a redação que acabei esquecendo o que havia escrito. E diante da pressão da professora, que já estava nervosa com minha demora e dizia que não me daria nem mais um segundo, intitulei a "saga" do pato com o primeiro nome que me veio á cabeça naquele momento: "O Cachorro Feliz". E eu só fui lembrar que havia escrito sobre um pato infeliz e não sobre um cachorro feliz, quando dias depois a professora nos entregou as redações com as notas. E o mais interessante foi eu ter conseguido a nota máxima. Das duas, uma; ou ela não lia nossas redações ou concluiu que "cachorro feliz" era uma metáfora para "pato infeliz".
Essa dificuldade em dar nome a tudo, já deve ter causado constrangimento em muitos gatos e cachorros, que minha família ganhava e eu (não sei o porquê) insistia e até chorava para escolher o nome dos pobres bichinhos. Já tive um cãozinho chamado Blósfite, uma cadela com o nome de Furíncula, mas acho que o que mais foi criticado por seus amigos, foi um gato que eu ganhei de um vizinho.
 Eu tinha 7 anos e na época passava uma novela chamada Locomotivas, que tinha um personagem que eu gostava que era o Netinho. Mas achei esse nome horrível para um gato e quis homenagear o ator, e que fique bem claro que eu não o considerava um gato. Perguntei á minha irmã mais velha o nome do ator e ela, assídua leitora da revista Sétimo Céu, rapidamente me informou que era Dênis Carvalho.
 Meu gato então teria esse nome, se não fosse um amigo de meu pai, metido a sabichão, que disse que se o ator descobrisse poderia me processar por uso indevido de seu nome. Eu fiquei triste e com medo, acreditando que Dênis Carvalho pudesse realmente processar um pobre garotinho de 7 anos, só por causa de um gato. Contei para um colega mais velho ( acho que ele tinha 10 anos) e ele sugeriu que eu mudasse algumas letras do nome do ator, assim eu faria a homenagem e não seria processado. Gostei da ideia, fiz algumas alterações e pronto, meu gato ganhou o lindo nome de Pênis Caralho.
O pior era que a gata de Marina, minha vizinha chamava-se Xana. E sempre que Xana entrava no cio, Pênis Caralho chegava junto. O problema eram os comentários maldosos que a molecada fazia:
"O Pênis do Marcelo comeu a Xana da Marina." ou "A Xana da Marina está no cio e o Caralho do Marcelo já vai cruzar com ela de novo". E esses comentários constrangeram tanto a mãe da Marina, que ela resolveu dar a gata da filha para um parente que morava bem longe. Ou seja, deu a Xana para outro e deixou o meu Pênis Caralho triste e solitário.
E essa dificuldade que eu tenho em nomear as coisas, me acompanha até hoje. Este blog é a prova disso.. Há quase dois meses estou planejando criar um blog novo, para expor algumas ideias, cujo conteúdo não é compatível com os outros dois que já possuo. Depois de tentar por conta própria encontrar um nome adequado e não ter tido êxito, resolvi procurar ajuda nos livros. Afinal, ler é expandir a mente.
Li grandes clássicos da literatura brasileira e mundial, livros de filosofia, física, biologia e até as revistas Playboy e Hustler. Como nenhum deles resolveu meu problema, resolvi buscar ajuda espiritual.
Meditei, orei, rezei o terço, participei da "Corrente do Desencosto", fiz despacho, procurei resposta na psicografia, desenhei um pentagrama enorme no meu quarto, ouvi músicas de trás pra frente, tomei o tal chá do Santo Daime e até coei café na minha cueca, que estava no cesto de roupas sujas. Mas, foi tudo em vão.
Então cheguei á conclusão que eu deveria desistir dessa merda de blog. Porém, muito antes de Hebe Camargo ter sua primeira menstruação e o primeiro pentelho de Oscar Niemeyer brotar em sua virilha, a criação deste blog já estava escrito nas estrelas, na lua, no cometa Halley e até no ex planeta Plutão.
E hoje pela manhã, as forças universais me levaram até o sofá, colocaram minha mão no controle remoto e fizeram com que meus dedos pressionassem os números da sorte, 1 e 2, que representam na Numerologia Belorizontina, a poderosa Rede Globo, que naquele momento exibia um programa chamado "Encontro com Fátima Bernardes".
Em pouco menos de um minuto vendo aquilo, um dito popular me veio á cabeça: "Quando mais eu rezo, mas assombração me aparece". No mesmo instante, em que lembrei do famoso ditado, uma luz iluminou meu neurônio criador de títulos e nomes para blogs.
 Mas é claro, que esse ditado não seria um bom nome para o meu blog. Eu teria que usar a mesma técnica que usei aos 7 anos para ludibriar Dênis Carvalho. Não que alguém pudesse me processar por usar o ditado. O problema é que, além de não condizer com o conteúdo que aqui será postado, o popular refrão poderia ser levado ao pé da letra por algumas pessoas, que acreditariam que se trata de um blog que mescla religião com lendas urbanas.
Pense comigo; um blog que se chama "Quando mais eu rezo, mais assombração aparece", pode criar em alguns a ideia de que as postagens serão mais ou menos assim;
"Ontem, após rezar (versão evangélica; orar) bastante na missa (v.e: culto) e me despedir do padre (v.e: pastor) fui para casa. No caminho, me deparo com um lobisomem, que tenta me atacar. Eu corro e consigo escapar dele. Paro em uma esquina e rezo (v.e: oro) agradecendo pelo livramento. Assim que termino a reza (v.e: oração), eis que me deparo com um vampiro, montado em uma mula-sem-cabeça, corro muito e consigo chegar em casa. Antes de dormir, rezo( você já sabe a v.e) agradecendo aos livramentos e pedindo proteção, mas assim que o sono chega e eu começo a sonhar, adivinhe quem está nos meus sonhos. Ele mesmo, o querido e terrível Freddy Kruegger. Acordo e decido que ao invés de rezar ou orar, vou comprar uma PT 840 e carregá la com balas de prata, farei um colar de alho, benzerei com água benta e pendurarei no pescoço, e encomendarei com meus amigos caminhoneiros, caixas de rebites. Agora quero ver, se Freddy Kruegger, lobisomens ou vampiros me atacarão novamente."
Como as postagens aqui serão totalmente( nem tanto) diferentes do relato acima, fiz umas alterações no adágio e finalmente arranjei um nome para o meu novo blog; "Quanto mais eu penso, mais besteiras eu descubro."
Este é o meu mais novo projeto, que pretende fazer jus ao nome que recebeu. Portanto, se você é daqueles que só se interessa em ler artigos sérios, educativos, informativos e que podem acrescentar algo em seu intelecto, tem grandes chances de não gostar do que será postado aqui;
Mas se você, assim como eu, gosta de ler artigos sérios, educativos, informativos, mas não dispensa um besteirol de vez em quando, seja bem vindo.
Até a próxima postagem.
Marcelo Maia.